As reações alimentares adversas são definidas como qualquer reação anormal após a ingestão de alimentos. As reações são divididas de acordo com ter uma base imunológica ou não resultando em diferentes estratégias diagnósticas e opções de tratamento.
Em geral, a MAIORIA de todas as reações aos alimentos (15% a 20%) não há reação imunológica. Ou seja, o sistema imunológico não está especificamente envolvido nesses casos e, portanto, as formas não imunologicamente mediadas de – intolerância alimentar – NÃO são denominadas alergias.
A intolerância alimentar é uma resposta não imunológica iniciada
por um alimento ou componente alimentar em uma dose normalmente tolerada (exceto sensibilidade ao trigo não celíaca). Ou reações adversas provenientes de alimentos deteriorados ou a deficiência de enzimas específicas. Esses tipos de reações podem desencadear quadros clínicos semelhantes aos de uma alergia alimentar. Tanto sintomas gastrointestinais quanto extraintestinais.
Já – alergia alimentar – é uma resposta imune anormal a uma proteína alimentar mediada pela imunoglobulina E (IgE), mecanismos imunológicos não IgE ou mistos. A prevalência de alergia alimentar varia afetando 1–2% dos adultos apenas – conseguem observar quão baixo isso é?
Por que estou falando isso? Há exames disponíveis que detectam a presença de IgG a múltiplos alimentos simultaneamente, de alto custo e baixa confiabilidade. Pacientes aflitos com suas doenças e que encontram nesta “opção milagrosa”, cedem à indicação aparentemente resolutiva na identificação de seus males. Resultados positivos (geralmente múltiplos) direcionam restrições dietéticas amplas e completamente desnecessárias. O IgG vai responder para QUALQUER PESSOA, é o esperado, meu povo, não há evidência que isso seja o real!
Apesar da intolerância alimentar ser tão comum em todo o mundo, o diagnóstico muitas vezes não é simples e requer uma compreensão minuciosa dos diversos sinais clínicos, incluindo gravidade e momento do início dos sintomas. Isso requer um profissional especializado, capacitado para avaliar a história clínica do paciente, a necessidade de exames com evidência para diagnóstico e trabalhar com a estratégia terapêutica correta.

